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Questão de Educação – Profº Ronaldo Garcia Almeida: “Escola e família”

Várias famílias têm transferido para a escola a responsabilidade da educação familiar de seus filhos, que se refere ao ambiente inicial e contínuo de socialização, à transmissão de valores, significados, crenças, ideias e à história […]

14 de junho de 2021 10:50 am Assessoria de Imprensa

Várias famílias têm transferido para a escola a responsabilidade da educação familiar de seus filhos, que se refere ao ambiente inicial e contínuo de socialização, à transmissão de valores, significados, crenças, ideias e à história social e pessoal, na qual cada ser humano adquire e estabelece sua identidade individual e social. É na família que se dá a formação e construção de cidadãos éticos e autônomos, já que essa é responsável por “uma realidade complexa a nível psicológico, sociológico, cultural, econômico, religioso e político, na sua mutabilidade e continuidade” (SILVA e FERREIRA, 2009, p. 103).

Como é possível observar em nossa realidade institucional, os responsáveis pelos alunos estão cada vez mais atentos às necessidades materiais deles, entretanto, nem sempre dão total atenção à transmissão de valores, princípios e padrões de comportamento aos alunos. Essa atitude tem se tornado recorrente e responsável por transferir à instituição escolar algumas funções educacionais que antes eram da família. Este círculo vicioso, no qual a família cobra da escola este tipo de educação e vice-versa, está ocasionando sérios problemas de aprendizagem e de relacionamento social e profissional, já que em nenhuma das instâncias – família ou instituição de ensino – se consegue formar um adulto com autonomia comportamental e independência financeira, logo ao completar a sua formação técnica.

A escola, por sua vez, declara que o êxito do processo educacional depende, e muito, da atuação e participação da família, que deve estar atenta a todos os aspectos do desenvolvimento integral do educando. Reclama da responsabilidade pela formação ampla dos alunos que os pais transferiram a ela e alega que isto a desviou da função precípua de ensinar sobre conteúdos curriculares formais, sobretudo de natureza cognitiva. Com isso, ao invés de ter as famílias como aliadas ao processo educacional escolar, acaba afastando-as ainda mais do ambiente formal da escola: inclusive, um dos mitos que se apregoa é a ausência quase que total dos pais no ambiente escolar.

De tal modo, hoje, com as diferentes estruturas familiares e as duras jornadas de trabalho dos pais (tanto dos homens como das mulheres), a educação familiar tem deixado a desejar no seu mais expressivo ensinamento, que é a convivência social harmônica com base na ética, regida pelo equilíbrio entre o poder e o dever.

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